“Verás que um filho seu não foge a luta”

“Verás que um filho seu não foge a luta”

D. Maria está de pé
Esta de pé D. Maria
Ainda está de noite,
Nem raiou o dia

Tem que conquistar o almoço, a janta
Ou qualquer refeição do dia
Por isso, são 5h da matina
E já está de pé D. Maria

Faz frio do lado de fora,
E mais ainda na sua casinha de alvenaria
Um gole de café aquece, e a prece,
Dá ânimo pra mais um dia

E é intensa a labuta,
Dessa mulher heroína.
E as contas a pagar, antes mesmo do despertador,
Já botaram de pé D. Maria

Escravidão

Escravidão

Negra pele, alma alva.
Lavada no suor do trabalho árduo!
De negro que sofre,
No tilintar do chicote.

Que marca a pele já sulcada de cortes.
E assim o negro sofre!
Ter a pele pintada,
Pareceu-lhe trazer má sorte.

Pobre!
Mal sabe que a má sorte,
É fruto da infâmia dos nobres

Mas no final é o negro quem pode
E no quilombo pede a Ogum boa sorte
Pra nunca mais sofrer na ponta do chicote

O Tempo...

O Tempo...

O Tempo,

Que faz bens a uns e a outros nem tanto.

Não entendo.

Se é o tilintar dos ponteiros, ou a permutação no horizonte do sol com a lua.

Apenas observo seus efeitos.

Para uns, torpor de encanto, para outros desalento.

O que dizer!

Dessa madrasta que percorre os corredores frios no inverno da vida,

E ao mesmo tempo a primavera de flores surgindo em botão.

O tempo...

Talvez hoje não possa compreender seus mecanismos

Mas tento, e sigo.

Ao sabor de suas vagas e gotas de orvalho,

Pedindo para que você seja em mim, a fonte eterna da juventude.

Universum

‘’Universum''

Inspiração
É o que a Deus peço
Para que o mundo e sua imensidão
Possa caber na humildade dos meus versos

De Marte a Plutão
Fico imaginando a vastidão do Universo
Discorro com a caneta em minha mão
Nebulosas, constelações ou qualquer mundo paralelo

A Lua
Considerada satélite
A noite se mostra toda nua
Refletindo a luz do Sol que nos aquece

Buraco negro
Escuridão envolto em plasma
Tenho medo
Nessa massa compacta, nem a luz passa

Einsten e a ciência moderna
Mas tudo começou com a astrologia
Por dizer que não era o centro do universo a Terra
Quase queimaram Galileu por cometer tamanha heresia

Terra
Que de terra firme só 30 porcento
O restante é tudo água
Por onde navegam as ondas do meu pensamento

Carta a São Pedro

Carta a São Pedro

Caro Amigo Simão
Escrevo a ti estes versos
Por favor aceite de coração

Sei de seu ofício
Acumular águas e nuvens de chuva
É realmente trabalho difícil

Nos dar de presente
Esse cheirinho de terra molhada
Fazer a vida se renovar constantemente

Mas devo aqui revelar
Essa chuva que tem caído na terra da garoa
Está mesmo de matar

As nuvens não são mais de água condensada
Tem cheiro de fumaça sufocante
E trazem indícios de queimadas

Não me agrada o seu cheiro acre
E quando canta sua toada
Só ouço o som do baque

Suas rajadas luminescentes
Não alegram mais as crianças
Só as deixam órfãs, carentes

As gotas que caem
Formam enxurradas de lágrimas
E fileiras de mães rezando por alguém

A todo um povo só tem restado esperança
Por saber que após toda tempestade
Vem a sonhada bonança

Chega de tanta chuva meu amigo
Termino minha carta com esperança
Mas ainda com o coração partido

Passos

Passos

As lágrimas, as vezes, têm sabor de vitória.

Cheiro de chuva, pensamentos a mil.

A vida vem sendo feita de escolhas,

As minhas são estas por hora:

Velejar neste mar aberto cheio de estradas,

Não quero barco a motor, não quero.

Quero ver e admirar cada centímetro percorrido,

Brincar com as ondas, aprender com os peixes o melhor caminho.

Sentir esta brisa suave com o nome de maresia.

Brindar o sol no horizonte a cada manhã,

E em sua despedida, vê-lo emprestar sua luz a lua.

Ir de encontro a outros mundos ao sabor das vagas.

Acabar em espumas na beira da praia deserta,

Na areia macia e cantarolante,

Que parece me dizer algo a cada passo que dou.

Refrescar-me na água de côco,

E na sombra acolhedora de árvore frondosa,

Descansar meus pés, meu corpo e sonhar.

Paixão e Poesia

Arroubos de Alegria

Que é a poesia se não os arroubos de um coração apaixonado
Que mais eleva um homem do que a sorte de um amor correspondido
Que é o amor se não o beijo, o afago, a presença de alma amiga
Que mais quer um homem do que embriagar-se nos sorrisos de sua elegida

Oh doce vida
Tende piedade dos homens de alma sofrida,
Que trazem no peito só o ardor a amargura,
E as cicatrizes de lutas renhidas

Dá-lhes afago, dá-lhes guarida
Destila em seus lábios ressequidos
O doce mel dos beijos
De menina faceira e amiga

E por mais que passe a vida,
Lembra-te:
Um homem só pode conhecer o céu
Quando já venceu as adversidades da vida

Soneto à Rainha Santa

Soneto à Rainha Santa

Inspira-me Rainha,

O seu amor santo,

Secando dos pobres o pranto,

Destilando seu amor em pão.

Inspira-me Rainha,

Quando sai de seu conforto,

Tendo compaixão dos que se vestem em traje roto,

Distribuindo seu amor em pão.

Quando surpreendida em uma de suas fulgas,

Inventa logo uma desculpa,

E derrama o que traz em seu coração.

Do seu regaço caíram flores,

Em seu peito mil amores,

Que geraram a sua beatificação.

Uma Breve Reflexão Sobre o Destino do Homem

      Mitologicamente, o anjo é um ser constituído de grandes asas, cabelos em caracol dourado e auréola cintilante. Entretanto, sabemos que tais figurações, somente servem para ilustrar a bondade (em seu nível máximo) no coração de um ser.

       A partir do momento que somos seres, e somos perfectíveis, buscando nossa melhoria principalmente moral, sem olvidar as necessidades de nossos semelhantes, somos aspirantes a anjo, mesmo que nos faltem os atributos físicos descritos acima?

Inspiração, interiorização

Hoje por mais um dia,
Busquei o silêncio do meu quarto.
Não era a solidão que eu queria,
E sim, algo mais inusitado.

Queria quebrar este silêncio,
Com o som de alguma poesia.
Ressoando em minha cabeça e no meu peito,
E não um amontoado de ideias vazias.

_Cadê você inspiração?
Pergunto e ninguém responde.
Reviro o travesseiro e o colchão.
_Aonde será que você se esconde?

Escolhas

Escolhas

Não resistira,
Mesmo sentindo os músculos fortes.
Tinha a brisa suave da vida,
Mas preferiu sorver a taça amarga da morte.

Estava na plenitude da vida,
Perdera o consorte.
Enquanto os amigos, braços quentes lhes estendiam,
Preferiu acreditar estar sendo vítima da má sorte.

Agora neste mar sombrio cheio de vagas,
Não será um conviva de Caronte.
Não tiveram tempo de depositar uma moeda em sua boca,
Afinal, ninguém planejava sua passagem pra ontem.

Dependerá agora do Mestre,
Pois ele caminhou por sobre estas águas.
Se ajoelhe na mais bela prece,
Quem sabe assim Ele salva sua alma.

"E se o dinheiro não existisse?", é um vídeo que pode ter diversas interpretações pelo título em português.

Acho que ficaria melhor se fosse: "E se o dinheiro não fosse seu objetivo?". Porque o objetivo da mensagem do vídeo, pelo o que eu entendi, é, seja feliz independente do caminho que seguir. Não pense em acumular milhões fazendo o que você não gosta, sendo infeliz.

Seja feliz mesmo que isso te obrigue a viver com pouco, torne-se mestre naquilo que te faz feliz, e talvez isso te enriqueça de alguma forma, de alguma coisa.

Afinal, se o dinheiro não existisse, muitos não levantariam de suas camas pela manhã pra fazer um serviço útil, pra estudar, enfim, pra evoluir em algum aspecto, de alguma forma.

Posso afirmar, que se não fosse o dinheiro, não estaríamos sentados confortavelmente em frente a um computador. Correto?

Bom, este é (somente) meu ponto de vista. Deixe o seu nos comentários e vamos refletir juntos.

E por falar em vitórias...

O maior, o verdadeiro vencedor, é o que vence a si mesmo. É aquele que encara os próprios defeitos sem medo.
O grande vencedor, venceu o dragão do orgulho, sem medo de encarar o gigante cuspidor de fogo. Empunhou a sua lança e destemidamente, desferiu golpes até a sua exaustão. Sem pensar no cansaço, pois enxergou somente a sua vitória, independente da força que fosse necessário despender.
Aquele que ganhou, jamais gritou: "me enfrente e eu me mostro", pois sabia que o maior inimigo estaria a espreita, esperando o momento exato de dizer: "eu sou o ódio que mora em seu coração, e mais uma vez irei vencê-lo". De antemão, já sabia as artimanhas sujas das chagas humanas, da qual ele teria de vencer em si mesmo.
E assim fez, e assim cumpriu! Com a lâmina do esforço, do desprendimento, da coragem e da vontade de viver, extirpou de si este câncer profundo, enraizado em seus sentimentos mais ocultos.

Primeiros Suspiros

Declaro que aos 12 dias do mês de janeiro de 2013, às 0:07, nesta madrugada chuvosa e poética, nasceu na capital paulista, este blog com o nome de declAmar.
Fica portanto, nesta primeira folha, lavrado este auto para fins de consulta posteriores em caso de dúvida e/ou qualquer coisa que o valha.
Como qualquer recém-nascido, ele ainda mudará muito, podendo seguir até mesmo, caminhos diversos ao da ideia original de aqui expor o cotidiano e os sentimentos de um ser pensante, possuidor de um polegar opositor, em versos, rimas ou prosas. Penso que haverá momentos em que somente uma simples imagem, substituirá um monte de palavras num espaço muito menor, mas não com inferior intensidade.
Espero que todos possam curtir, tanto quanto eu, este momento solene.

Obrigado!

Peu (AHRS)