quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

“Verás que um filho seu não foge a luta”


“Verás que um filho seu não foge a luta”

D. Maria está de pé
Esta de pé D. Maria
Ainda está de noite,
Nem raiou o dia

Tem que conquistar o almoço, a janta
Ou qualquer refeição do dia
Por isso, são 5h da matina
E já está de pé D. Maria

Faz frio do lado de fora,
E mais ainda na sua casinha de alvenaria
Um gole de café aquece, e a prece,
Dá ânimo pra mais um dia

E é intensa a labuta,
Dessa mulher heroína.
E as contas a pagar, antes mesmo do despertador,
Já botaram de pé D. Maria

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Escravidão

Escravidão

Negra pele, alma alva.
Lavada no suor do trabalho árduo!
De negro que sofre,
No tilintar do chicote.

Que marca a pele já sulcada de cortes.
E assim o negro sofre!
Ter a pele pintada,
Pareceu-lhe trazer má sorte.

Pobre!
Mal sabe que a má sorte,
É fruto da infâmia dos nobres

Mas no final é o negro quem pode
E no quilombo pede a Ogum boa sorte
Pra nunca mais sofrer na ponta do chicote