sexta-feira, 5 de abril de 2013

Carta a São Pedro



Carta a São Pedro


Caro Amigo Simão
Escrevo a ti estes versos
Por favor aceite de coração

Sei de seu ofício
Acumular águas e nuvens de chuva
É realmente trabalho difícil

Nos dar de presente
Esse cheirinho de terra molhada
Fazer a vida se renovar constantemente

Mas devo aqui revelar
Essa chuva que tem caído na terra da garoa
Está mesmo de matar

As nuvens não são mais de água condensada
Tem cheiro de fumaça sufocante
E trazem indícios de queimadas

Não me agrada o seu cheiro acre
E quando canta sua toada
Só ouço o som do baque

Suas rajadas luminescentes
Não alegram mais as crianças
Só as deixam órfãs, carentes

As gotas que caem
Formam enxurradas de lágrimas
E fileiras de mães rezando por alguém

A todo um povo só tem restado esperança
Por saber que após toda tempestade
Vem a sonhada bonança

Chega de tanta chuva meu amigo
Termino minha carta com esperança
Mas ainda com o coração partido

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