Carta a São Pedro
Caro Amigo Simão
Escrevo a ti estes versos
Por favor aceite de coração
Sei de seu ofício
Acumular águas e nuvens de chuva
É realmente trabalho difícil
Nos dar de presente
Esse cheirinho de terra molhada
Fazer a vida se renovar constantemente
Mas devo aqui revelar
Essa chuva que tem caído na terra da garoa
Está mesmo de matar
As nuvens não são mais de água condensada
Tem cheiro de fumaça sufocante
E trazem indícios de queimadas
Não me agrada o seu cheiro acre
E quando canta sua toada
Só ouço o som do baque
Suas rajadas luminescentes
Não alegram mais as crianças
Só as deixam órfãs, carentes
As gotas que caem
Formam enxurradas de lágrimas
E fileiras de mães rezando por alguém
A todo um povo só tem restado esperança
Por saber que após toda tempestade
Vem a sonhada bonança
Chega de tanta chuva meu amigo
Termino minha carta com esperança
Mas ainda com o coração partido
Nenhum comentário:
Postar um comentário