domingo, 24 de setembro de 2017

Pelas Ruas Que Andei

Pelas Ruas Que Andei

Era noite escura pelas ruas ermas
Despida de gente, luz e proteção
E você ali, por mais que não queira
Sentiria o palpitar do coração

Aviso recebera
Ouvia em sua cabeça a intuição
Talvez não percebera
Mas a adrenalina fez suar suas mãos

Como pode ser tão vil
Correr de moto pelas ruas da favela
De arma em punho dizia
Passa o celular, já era

Como se não fosse ali o outro também pobre
Dos que acordam às 5h da matina
Vendendo até fio de cobre
Para com dignidade sustentar sua família

Não quis saber se lhe faltava o feijão
Talvez não tivesse nem mesmo água
Apenas dizia o ladrão
Me passa a carteira e vaza

Pensou enquanto gritava,
Que a vida tinha lhe sido dura
Mas e o trabalhador de calos nas mãos
Não sofreu das mesmas amarguras?

Frio e fome, pobreza e descaso
Para os dois a vida reservou as mesmas dificuldades
Um preferiu tomar de assalto
O outro conquistou a faculdade

Ninguém é melhor que ninguém
Lições que a vida nos ensina
Seria melhor se unir como irmãos
Independente de condição social e melanina