terça-feira, 27 de março de 2018

Sobre a Vida e Sob a Morte

Fusion com o Poeta Marcio Ricardo


Conte-me suas angústias
Destila aqui sua poesia
Nesse espaço que pode ser o rio da alma
Nessa noite escura e talvez sombria

Fala-me de onde veio
E quais suas pretensões de futuro
A vida é gota d'água
Nesse oceano que é o mundo

E apesar de pequenos
Nossa importância é tamanha
Nas diferenças da vida me embebedo
Sem com a vida fazer barganha

A vida é grito
Até em meio ao silêncio
As vezes tenso
Outra imenso

Nesse jogo me jogo
Com uma única ficha
Ultrapasso a faixa
No meu eu faço faxina

E nesse vasto me visto
E o que eu vejo a olho nu
Machuca e eu insisto
Em correr entre todas as zonas e a minha Sul

No céu vejo sal
Que cai como gota sem chuva
De tanta saudade que sinto
Vendo estrelas que faltam nas ruas

A vida é poesia
Abraço, interlúdio
A morte ressuscita a escrita
De quem já viveu nesse mundo

Peu Ricardo
Márcio Henrique
É poesia mas, se fosse música
Nem precisaria de beat

Só os bumbos do coração já bastariam

Repito no verso
A vida é vasta
Vou seguindo minhas trilhas
Estar vivo me basta

Da morte também faço assunto
Por estes caminhos já trilhei
Eterno passageiro da terra dos pés juntos
Mas te digo que da vida não me cansei

As vezes eu rimo
Mesmo sem ter palavra rimada
A poesia dos meus versos
Corta pescoço feito espada

Samurai Shaolin
Vagabundo alado
A vida tem sido boa pra mim
Dos meus sonhos eu vivo armado

E quando me junto
Com este menino bom
Faço sempre poesia
Você chama no beat e mete som

É Felicidade Brasileira
É Papelzinho no Chão
Mudo a Estação de Rádio
Raízes é beat monstrão

E de você eu conheço
O que mais se tem de bom
E vamos vivendo a vida
Seguindo como irmãos

terça-feira, 20 de março de 2018

Velha Infância

Meu sonho dos anos 80
Quem diria
Viver em uma casa que fosse
De alvenaria

De ter comida no prato
E não dormir de barriga vazia
Descalço em uma rua sem nem asfalto
Se virando com o que podia

Quando se é moleque se sonha longe
Era foda ver um mundo perfeito
Tão distante

Essa situação me deixava inquieto
O mais foda foi entrar em casa
E ver cair o teto
                                                             
Mesmo com tudo limpo e organizado
Tinha que dividir minha comida
Com um monte de barata e rato

E quando chovia então
Você não faz ideia
Minha mãe correndo pela casa
Com um monte de panela

Era então sua oração
Que sempre me confortava
Calma filho Deus nos livra e guarda

Meu pai sempre foi pra mim
Um nobre guerreiro
Foi a pé da Moraes a São Bernardo
Pra ver se levantava um dinheiro

Eu fico feliz que meus irmãos
Não entraram em uma errada
E esses momentos de nossa vida
São uma página virada